domingo, 14 de agosto de 2011



Aquela altura as memórias já se afogavam numa imensidão azul.
O sol queimava o medo e a solidão e o tempo se arrastava, escorria pelas mãos.
Significava mais que deixar a vida toda para trás, era mais que simplesmente esquecer os fantasmas que o passado trazia.
Eu estava partindo pra uma nova jornada. Meus olhos já não conseguiam mais rever todos os dias essa repetição de cenas marcadas. Há tempos eu sabia de tudo que me esperava depois daquele céu, de toda missão a cumprir.
Sair. Correr. Talvez até fugir fosse a solução, mais daquilo tudo seria agonizante.
Então é por isso que agora por todos os lados as coisas correm, chegam e somem, passam por mim como avisos de tudo que ficara.
Estar aqui pro mundo, pra vida, para o novo é o que cada célula do meu corpo esperava ansiosamente.
Não, não me julgue por partir sem deixar rastros, eu nasci para o mundo e o mundo nasce todos os dias para mim.